Triste vida corporal
Se houvesse o eterno instante e a ave ficasse
em cada bater d'asas para sempre, se cada som de flauta, sussurro de samambaia,
mover, sopro e sombra das menores cousas não fossem a intuição da morte,
salsa que se parte...
os grilos devorados não fossem, no riso da relva,
a mesma certeza de que é leve a nossa carne
e triste a nossa vida corporal,
faríamos do sonho e do amor não apenas esta renda serena de espera,
mas um sol sobre dunas e limpo mar, imóvel, alto, completo, eterno, e não o pranto humano.
Alberto da Costa Silva
(retirado do Blog da
Hanah)
Etiquetas:
Poesia
martes, 10 de abril de 2007
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1 comentario:
Tão belo!...
***maat
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